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Pedofilia na Igreja Católica são resultados da “liberdade sexual”, diz Bento XVI

O papa emérito Bento XVI, durante discurso, que os escândalos de pedofilia na Igreja Católica são resultados da “liberdade sexual” registrada na década de 1960 e de um “colapso moral” da fé.

O texto de 18 páginas intitulado “A Igreja e os abusos sexuais” será publicado na revista mensal “Klerusblatt”, dedicada ao clero na Baviera, mas foi antecipado pela imprensa italiana. Joseph Ratzinger ressaltou que a mudança cultural e histórica provocou uma “dissolução” da moralidade no catolicismo e explicou que a Revolução de 1968 foi responsável por levar a homossexualidade e a pedofilia à Igreja.


“Entre as liberdades pelas quais a Revolução de 1968 tentou lutar está a liberdade sexual desenfreada, que não se curva mais a qualquer norma”, escreveu.

Segundo o religioso, alguns seminários católicos contam com uma cultura abertamente homossexual e, por isso, não fazem uma preparação para os padres de maneira adequada. “Pode ser dito que, nos 20 anos entre 1960 e 1980, os padrões normativos anteriores sobre sexualidade desmoronaram completamente, e emergiu uma nova normalidade que a esta altura se tornou o tema de tentativas diligentes de perturbação”, acrescentou.

O Papa Emérito ainda denunciou uma justiça que durante anos foi baseada em garantias a padres pedófilos. O documento não dá detalhes sobre como erradicar os casos de pedofilia no clero, mas conclui que atingiu “essas proporções” diante da “ausência de Deus”.

Por fim, Bento XVI contou que o papa João Paulo II trabalhou para conter o que ele considerou um desvio perigoso e ainda agradeceu o papa Francisco “por tudo que tem feito”. A análise do Pontífice foi duramente criticada por teólogos, que definiram as declarações “cheias de problemas” e “incômoda”.

ESCRITÓRIO DOUTRINAL

Bento XVI, que liderou o escritório doutrinal do Vaticano quando os primeiros casos de abuso sexual vieram à público na cidade de Boston, nos Estados Unidos, quebrou o silêncio após entrar em contato com o papa Francisco e o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin.

A análise de Ratzinger, que renunciou ao pontificado em fevereiro de 2013, foi feita em um momento que a Igreja Católica enfrenta escândalos de pedofilia em vários países, como Austrália, Chile e Estados Unidos. Recentemente Francisco presidiu uma reunião com bispos do mundo inteiro para discutir formas de combater os abusos.


As informações são do ANSA Brasil