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Casos de crianças desaparecidas são registrados na Paraíba apenas em janeiro; seminário discute problema

O desaparecimento de crianças na Paraíba será discutido nesta sexta-feira (1º) no auditório do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), em João Pessoa. 

O evento vai contar com a participação de especialistas sobre o tema e promover um amplo debate sobre as políticas públicas de enfrentamento aos casos. De acordo com o Centro Integrado de Operações Especiais (CIOP) da Paraíba, nos últimos dois anos, foram notificadas 529 ocorrências de pessoas desaparecidas no Estado. Somente no início deste ano, até o dia 15 de janeiro, já foram 14 registros deste tipo. 

No país, estimativas indicam que desapareçam em torno de 50 mil crianças e adolescentes por ano e que quase 250 mil estejam ainda fora do lar. Segundo especialistas no tema, 70% das crianças e adolescentes desaparecidos fogem de casa por problemas domésticos e 15%, nunca mais reencontrarão suas famílias. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que há, em média, 25 milhões de desaparecimentos no mundo.

Preocupados com essa realidade, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e CRM-PB realizam o VI Seminário de Crianças Desaparecidas, que contará com a participação da promotora de Justiça e coordenadora do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid) do Ministério Público de São Paulo, Eliana Vendramini, do procurador de Justiça e coordenador do Plid do Ministério Público da Paraíba, Valberto Lira,  do integrante da Comissão de Ações Sociais do CFM, Ricardo Paiva, do delegado de Polícia Civil, Reinaldo Nobrega de Almeida Junior, e da presidente da ONG Mães da Sé, Ivanise Esperidião. 

De acordo com o presidente do CRM-PB, Roberto Magliano de Morais, os médicos têm um importante papel no enfrentamento do problema durante o exercício da profissão. “A orientação é de que os profissionais fiquem atentos nos hospitais, prontos-socorros e clínicas quanto à presença de sinais de agressão, às semelhanças entre os pais e as crianças e ao comportamento da criança com a família. Outra recomendação é que os médicos sempre confiram os documentos da criança e do adolescente e dos responsáveis. O mais importante é fazer a denúncia, se houver qualquer suspeita”, destacou. 

Ele ainda acrescentou que é preciso parceria e envolvimento de diversas instituições para contribuir para redução do número de casos. “Precisamos ampliar as discussões sobre um drama que se multiplica no país. Nós, do CRM-PB, também estamos preocupados com os problemas que atingem nossa comunidade. É um assunto que interessa a todos nós e, portanto, todos precisam estar atentos”, completou. 

Na Paraíba, o evento tem a parceria de importantes entidades no Estado, como Ministério Público da Paraíba, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PB), Polícia Civil, Pastoral da Criança, Prefeitura de João Pessoa, Núcleo e Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico e Desaparecimento de Pessoas da Paraíba, Unimed João Pessoa, Hapvida, Conselho Regional de Enfermagem (Coren-PB), Hospital Nossa Senhora das Neves, Hospital Arlinda Marques, Cidade Viva e Federação Internacional das Associações dos Estudantes de medicina do Brasil (IFMSA Brazil). 

João Pessoa é a sexta cidade do país em que o Seminário será realizado pelo CFM. O VI Seminário de Crianças Desaparecidas será nesta sexta-feira (1º), das 9h às 12h30 no auditório do CRM-PB,  Av. Dom Pedro II, 1335, Centro – João Pessoa-PB. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas antecipadamente pelo site www.eventos.cfm.org.br