Plantão

Forças pró-Maduro prendem vice-presidente do Parlamento da Venezuela, dizem opositores

Opositores de Nicolás Maduro acusam forças de segurança controladas pelo regime de cercar e prender o vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Edgar Zambrano, nesta quarta-feira (8).

Segundo relato do próprio Zambrano, publicado nas redes sociais, os guardas do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) cercaram e guincharam o carro onde estava o político. Ele foi levado ao Helicoide, prédio em Caracas que guarda opositores ao regime de Maduro.

"Usaram um guincho para nos levar à força ao Helicoide", relatou o oposicionista.
Zambrano lidera um dos partidos de oposição a Maduro e é aliado do autoproclamado presidente Juan Guaidó – que também preside a Assembleia Nacional.
Em nota, Guaidó repudiou a prisão de Zambrano. "Não vão usurpar o poder legislativo, que é o poder que representa todos os venezuelanos", escreveu.
Ele é um dos políticos que teve a imunidade parlamentar cassada pela Assembleia Constituinte – organismo controlado pelo regime chavista – na terça-feira. Além de Zambrano, os partidários de Maduro também cassaram os direitos de outros seis deputados que apoiaram os protestos da semana passada.

Em 30 de abril, Guaidó convocou protestos ao afirmar que havia conquistado o apoio das Forças Armadas. Segundo ele, era a etapa final da chamada "Operação Liberdade", organizada para retirar de vez Maduro do poder. No mesmo dia, o opositor Leopoldo López deixou a prisão domiciliar.

O movimento, entretanto, foi fortemente reprimido por forças pró-Maduro. Cinco pessoas morreram, e 239 ficaram feridas após violenta repressão.

Regime insinua mais prisões
O número dois do chavismo na Venezuela, Diosdado Cabello, insinuou que mais três deputados devem ser presos nas próximas horas, de acordo com a agência EFE. Ele disse que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) – corte controlada por Nicolás Maduro – autorizou a suspensão da imunidade dos parlamentares que "participaram ativamente no golpe".

Mais cedo, Maduro expulsou 56 militares acusados de envolvimento no levante de 30 de abril. Um dos militares expulsos por é Manuel Figuera, ex-chefe do Sebin. O órgão era responsável por vigiar Leopoldo López.

Além de Figuera, foram expulsos 5 tenentes-coronéis, 4 majores, 4 capitães, 6 primeiros-tenentes e tenentes e 36 sargentos.

G1