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General Mourão X Olavo de Carvalho: Bolsonaro tem que descascar esse "abacaxi" (Veja o Vídeo)

Dois homens diferentes. Mas dois patriotas.

O General Mourão é um homem de Estado, da escola "positivista" clássica. Pensa, age e se movimenta dentro da ordem, das regras, dos estatutos e dos protocolos. Não tem espaço para muitas manobras com ele. Mas, de outro lado, é um homem polido, com disciplina e método. É um planejador refinado e metódico e muito bem preparado, regrado e regulado pelo estudo da tática.
É adepto a dogmas que se concentram e são revelados nas entrelinhas das suas falas. É um general que se mobiliza com o mantra bélico das "aproximações sucessivas" que tem atrás de si e consigo instituições respeitadas e exigentes na formação dos seus: o Exército e a Maçonaria. Não é a toa que chegou à 4ª estrela, como General de Exército. Coisa rara...

Já Olavo de Carvalho é um conceituadíssimo filósofo que se formou como autodidata. Dono de uma rara e fina inteligência e de uma cultura imensa. Rebelde e insurgente, é insubordinado intenso com relação ao gesso pasteurizado da "academia", a qual renega com ideias absolutamente inovadoras e sólidas, próprias de um intelectual refinado. Além do que, faz embate estridente contra o chamado senso comum, ou seja: contra a ditadura do politicamente correto. Seu estilo indócil revela seu modo de pensar, que ao leigo pode parecer indisciplina, mas que na verdade é a agitação provocadora que gera ciúmes e inimigos.

Mas tanto o General Mourão como Olavo de Carvalho, têm antíteses comportamentais de si mesmos. E, estrelas de primeira grandeza, geram ciúmes doentis nos satélites que gravitam ao seu entorno.

O General, contrariando a sua formação quadradinha, agora virou político - e precisou se embrenhar na arte de administrar os contrários.

Já o Filósofo se vê como a referência do tradicionalismo comportamental, revelado no conservadorismo dos costumes.

Ambos vivem o que parece ser o eterno conflito do homem (e também das nações): lutas internas e intermináveis entre o conservar e o mudar, que os Judeus tão bem conhecem no seu Código Talmude; e que que o Rabino Milton Bonder descreve em sua obra prima "A Alma Imoral". Mas ainda que não queiram, Mourão e Olavo estão enredados na mesma trama.

Ambos passaram a ser referência da guinada neoliberal que surpreendeu o mundo com a eleição de Bolsonaro. Se tornaram do dia para a noite, um novo modelo ideológico, cultural, político e de pensamento de uma esmagadora maioria de brasileiros. Luzes para as novas gerações e para os novos tempos...

E mais que isso, são estruturas de fundamento do Governo recém instalado.
Mourão, parece que gostou das novas funções e erra a mão ao fazer concessões e a adotar comportamentos desnecessários, usando uma conduta arriscada que pode levar ao fracasso, que é querer agradar a todos o tempo todo.
Além do mais, pode passar a impressão (até aqui só uma mera suspeita) de estar conspirando de modo inconsciente contra o Presidente que elegeu.
Já Olavo de Carvalho, que não tem mandato, exagera na dose. Embora seja um homem polêmico e contestador por dever de ofício, pode estar criando dificuldades que possam asfixiar a sua criatura - o ser mais legitimado para pôr em prática as suas ideias.
Generais e filósofos nunca se deram bem. A história está cheia de exemplos. Mas esses dois precisam ter juízo. No meio deles, não está só Bolsonaro, o Governo ou egos inflamados de "machos alfa". Entre eles está o Brasil e os brasileiros. A prudência manda lembranças aos dois cabeças duras.
Ou melhor, dois homens que parecem cernes de pau, que precisam ceder para não construírem uma cerca em torno do Presidente, feita de mourões de carvalho.
Assista ao vídeo:

Luiz Carlos Nemetz

Advogado.Vice-presidente e Chefe da Unidade de Representação em Santa Catarina na empresa Câmara Brasil-Rússia de Comércio, Indústria e Turismo e Sócio na empresa Nemetz & Kuhnen Advocacia.
@LCNemetz