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Agência dos EUA aprova tratar HIV com um comprimido

A FDA (Food and Drug Administration), órgão responsável pela liberação de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, aprovou no começo deste mês um novo remédio antirretroviral capaz de simplificar o tratamento para o HIV.

O medicamento em comprimido é composto por duas drogas — dolutegravir (DTG) e lamivudine (3TC) —, e é capaz de oferecer um tratamento completo para o HIV em pessoas que nunca receberam medicação para a infecção.


De acordo com o relato da diretora da Divisão de Produtos Antivirais dos EUA, Debra Birnkrant ao FDA, a aprovação do medicamento beneficiaria os pacientes que nunca se trataram, eliminando os efeitos tóxicos de interações de medicamentos quando há um tratamento combinado.

Segundo o órgão, a eficácia do medicamento foi comprovada por meio de um estudo realizado com 1.433 pessoas, que tomavam o remédio diariamente, e que não haviam realizado tratamentos anteriores.  

Entre as reações adversas mais comuns estavam a cefaleia, náuseas, diarreia, insônia e fadiga. O FDA alerta, ainda, que pacientes gestantes e que tenham hepatite B devem ter atenção ao uso do medicamento.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Karla Dunder

Brasil tem o maior número de casos de HTLV do mundo, o primo do HIV:
A geneticista Ana Carolina Vicente, chefe do Laboratório de Genética Molecular e Microorganismos da Fiocruz, explica que já foram identificadas quatro linhagens do HTLV, sigla em inglês de Vírus T-Linfotrópico Humano. Entre elas, o HTLV-1 é o mais disseminado .


O HTLV foi o primeiro retrovírus humano identificado, em 1980. Esse conhecimento contribuiu para a rápida identificação do HIV, segundo retrovírus humano detectado, como agente causador da epidemia de Aids que emergiu em seguida. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a gravidade e grande disseminação do HIV tiraram o foco do HTLV.


Segundo a Fiocruz, os dados são subestimados devido à falta de levantamentos mais amplos. Em algumas regiões do mundo, a infecção pelo HTLV nunca foi investigada. Apenas 10% das pessoas com o vírus desenvolvem a doença e as síndromes associadas ao HTLV são graves.
Pesquisas indicam que o vírus atinge 1% dos brasileiros, ou seja, cerca de 2 milhões de pessoas, com índice de soropositividade maior nos estados da Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O vírus HTLV infecta células do sistema de defesa, chamadas linfócitos T, e pode causar diversas síndromes. Entre as mais graves está a mielopatia associada ao HTLV, também chamada de paraparesia espástica tropical, que afeta a medula espinhal, provocando dificuldades de movimento, até mesmo com perda da locomoção.

Outro quadro importante é a leucemia de células T humana do adulto, um tipo de câncer sanguíneo associado ao vírus. Além disso, o vírus está ligado a síndromes dermatológicas, oftalmológicas e urológicas.

As formas de transmissão do HTLV são semelhantes às do HIV: por meio da transfusão de sangue, relação sexual sem camisinha, transplante de órgãos e compartilhamento de seringas. Além disso, de mãe para filho, pela amamentação. Não está esclarecido se o vírus pode ser transmitido durante a gestação ou no momento do parto.

Não existe vacina contra o HTLV, mas é possível prevenir a infecção. Uma das ações fundamentais é incluir a triagem para o HTLV nos exames de pré-natal em países com transmissão do vírus. Desta forma, é possível fazer o aconselhamento das gestantes com relação ao aleitamento materno, que é a via de transmissão mais expressiva atualmente.

O Brasil foi um dos primeiros países do mundo ao implantar a triagem para o HTLV em bancos de sangue, no início dos anos 1990. Em muitos países, essa triagem ainda não é feita.

Não existem medicamentos específicos contra o vírus, então o tratamento é voltado a combater os sintomas das síndromes provocadas pela infecção.

Estudos mostram a grande disseminação do vírus dentro de uma mesma família. A análise do genoma do vírus confirmou a identidade das sequências genéticas. A partir de uma pessoa infectada, o HTLV se espalha para o parceiro, pela transmissão sexual, e para os filhos, por meio do aleitamento materno.


Da Redação com Giovanna Borielo, do R7