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Novo ministro da Saúde classifica Mais Médicos como “improvisação”; “Parecia convênio entre Cuba e o PT”, diz

O deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), escolhido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para ser o próximo ministro da Saúde, disse nesta terça-feira (20) que o acordo que garantiu atuação de profissionais cubanos no Mais Médicos parecia um convênio entre Cuba e o PT.

Mandetta deu a declaração logo após ser anunciado por Bolsonaro para ocupar a pasta. Ele falou com jornalistas no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, onde está funcionando o gabinete de transição do governo.


“Esse era um dos riscos de se fazer um convênio terceririzando uma mão de obra tão essencial. Os critérios, à época, me parecem que era muito mais um convênio entre Cuba e o PT e não entre Cuba e o Brasil, porque não houve uma tratativa bilateral, mas sim uma ruptura unilateral”, afirmou Mandetta.

O futuro ministro da Saúde lembrou que este era um risco para o qual já se alertava no início: “A gente precisa de políticas sustentáveis, as improvisações em saúde costumam terminar mal, e essa não foi diferente das outras”.

Mais Médicos

Mandetta disse que vai conversar com o atual ministro da Saúde, Gilberto Occhi, sobre a reposição das cerca de 8,5 mil vagas abertas com a saída dos profissionais cubanos do programa Mais Médicos.

Ele admitiu que pode vir a flexibilizar a exigência de revalidação dos diplomas de médicos. Segundo o futuro ministro, a hipótese é considerada para autorizar o trabalho de profissionais com diploma estrangeiro no país. “Há possibilidade de se fazer avaliação em serviço, há possibilidade de se fazer uma série de medidas onde você resguarda a população e dá garantias da qualidade daquele profissional”, afirmou Mandetta.

Para o futuro ministro, a exigência do Revalida é uma segurança para os pacientes. “O que a gente quer fazer com o Revalida é revalidar, saber quem é, o que estudou, o que falta de lacuna para atender o povo brasileiro, o grau de competência e de vínculo com a comunidade.”

O Revalida reconhece os diplomas de médicos que se formaram no exterior e querem trabalhar no Brasil. O exame é feito tanto por estrangeiros formados em medicina fora do Brasil, quanto por brasileiros que se graduaram em outro país e querem exercer a profissão em sua terra natal.



Por Redação com Agência Brasil
Foto: Guilherme Mazui/G1