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Energisa adota ‘tolerância zero’ e constrange clientes na Paraíba

O Grupo Energisa na Paraíba está sendo acusado por alguns clientes de ter adotado a tática da ‘tolerância zero’ beirando ao constrangimento de alguns usuários no Estado, sobretudo na Capital, por pequenos atrasos de pagamento. 

Vários clientes entraram em contato com a reportagem do PB Agora, nesta segunda-feira (30), para reclamar o que consideraram de abusos rotineiros praticados pelos funcionários da empresa.


A ‘tática’ da Energisa, conforme os usuários, seria enviar cobradores na porta das casas dos credores ameaçando o corte do serviço, mesmo com menos de um mês de atraso e sem nunca sequer terem atrasado débitos anteriores.

Um cliente, que preferiu não se identificar, contou que recebeu a conta atrasada e quando percebeu já estava com um funcionário da Energisa na porta do prédio fazendo o aviso de corte. Ele disse que além de ter uma criança pequena em casa, que não pode ficar sem o serviço, foi constrangido pelos funcionários.

“A vergonha que passei com o porteiro tendo que avisar sobre a "visita" da Energisa foi realmente constrangedora, mesmo sem ter passado sequer um mês de atraso”, lamentou o cliente.

O Código do Consumidor prevê que não existe uma quantidade mínima de contas em aberto que permita o corte. A companhia elétrica, todavia, pode efetuar o corte com apenas uma conta em débito, desde que avise o consumidor com 15 dias de antecedência. Caso a empresa não mande o aviso, o corte será indevido e a empresa pode ser obrigada a pagar uma indenização ao consumidor, mesmo que a conta não tenha sido paga.

Ainda prevê o Código do Consumidor que a empresa terá um prazo mínimo de 15 dias para efetuar o corte a partir do aviso prévio, mas só poderá efetuá-lo no prazo máximo de 90 dias, após o vencimento da conta. Se passar esse prazo, não poderá mais cortar a luz e o débito só poderá ser cobrado na Justiça ou administrativamente. 

A reportagem do PB Agora tentou entrar em contato com a Energisa para saber o porquê da adoção da atitude e se tinha conhecimento das reclamações dos clientes, mas não obteve sucesso. O espaço para o contraditório permanece aberto.



PB Agora