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Empresários e políticos são suspeitos de furtar energia em Itaporanga e em outras cidades do Sertão da Paraíba

A delação premiada de um ex-funcionário da Energisa levou as autoridades a descobrirem um esquema de fraudes envolvendo desvio de energia elétrica em Itaporanga, a 420 km de João Pessoa, e outros municípios do Sertão da Paraíba. 

As informações foram divulgadas pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). O esquema vem sendo desarticulado e envolve, supostamente, comerciantes locais, além de políticos e pessoas com alto poder aquisitivo da cidade.


Conforme a decisão do juiz Antônio Eugênio, o esquema fraudulento foi denunciado pela concessionária de energia elétrica, sendo esse o ponto de partida da fase I da Operação Hemera, deflagrada pela Polícia Civil do Estado. Com a prisão do eletricista e ex-funcionário da Energisa, foi negociada e homologada a delação dele.

Agora, o instrumento foi utilizado para dar suporte às investigações da polícia que, desde o início desta semana, através da Operação Hemera, fase II, está realizando prisões temporárias e cumprindo mandados de busca e apreensão no município, autorizados pela Justiça Estadual local. A delação foi feita por um ex-funcionário da Energisa, supostamente, envolvido no esquema.

Segundo o relatório, o esquema busca fraudar as leituras de energia elétrica, de modo a apresentar consumo abaixo do verdadeiramente utilizado, com a alimentação de dados falsos no sistema da concessionária ou, ainda, por meio da alteração no próprio medidor de energia. Também consta no documento que o desvio vem sendo realizado há anos na cidade e em municípios vizinhos, com a participação de diversos envolvidos, entre comerciantes e políticos, apontando para a existência de uma possível associação criminosa.

O juiz explicou ainda que os nomes dos investigados não puderam ser divulgados, visto que a processo está em sigilo até que seja efetivada toda a decisão. Estão sendo cumpridas prisões temporárias e mandados de busca e apreensão, no município e região, autorizados pela Justiça Estadual local, mas os detalhes não foram divulgados.

Energisa

A Energisa confirma que a investigação teve como ponto de partida uma fiscalização da companhia realizada em julho de 2017 em unidades com indícios de furto ou desvio de energia. A partir daí, a Polícia Civil iniciou uma investigação que resultou na identificação de vários suspeitos, não só de consumo irregular de energia, como também de outros crimes.

“A Energisa reafirma o seu compromisso de promover e apoiar o combate ao crime de furto de energia que prejudica toda a sociedade paraibana, inclusive com riscos à vida. Sempre que necessário, a empresa estará à disposição das autoridades responsáveis para apoiar a apuração desse tipo de crime”, informou em nota à imprensa.

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