Plantão

Cartaxo, Romero e às oligarquias na Paraíba, por Ytalo Kubitschek

Uma análise feita pelo colunista Ytalo Kubitschek essa semana mostra as idas e vindas do cenário político na Paraíba e alerta para a tradição e preferência familiar na formação das chapas, sobretudo do campo das oposições. 

Intitulada "Cartaxo, Romero e às oligarquias", o texto coloca os prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB) e de João Pessoal Luciano Cartaxo (PV) como principais articuladores.

LEIA ABAIXO!



Cartaxo, Romero e às oligarquias - Ytalo Kubitschek

Uma chapa familiar, escolhida na sala de jantar. Foi dessa forma que a família Cartaxo, liderada pelos irmãos Lucélio e Luciano, decidiu a substituição de um pelo outro nas eleições deste ano. Transformar a política em profissão não é novidade na Paraíba. 

Algumas perguntas são feitas diante de tal audácia:

- Na aliança deles não tinha outro candidato com um perfil melhor?

- Não havia ninguém com voto? Com serviço prestado à Paraíba? Não. Tinha que ser Lucélio.

E para que o prefeito de Campina Grande possa se envolver, tinha que escolher a mulher dele? Sim. Tinha que ser a esposa de Romero na vice e ponto final.

Agora, além de Michelline Rodrigues, a outra primeira-dama, Maísa Cartaxo, entra no tabuleiro eleitoral. 

O velho coronelismo de antigamente está hoje travestido de oligarquias poderosas, que transformaram a política em profissão. E não se restringe às famílias de Luciano e Romero. Mas a quase todos os partidos e grupos políticos da Paraíba.

De pai para filho, de marido para mulher, a herança política na Paraíba foi transmitida historicamente como forma de manter privilégios e assegurar grupos aliados no poder por um apanhado de anos. 

A denominação quer dizer “governo de poucos”. A política egoísta, de benefício próprio, portanto, como meio de sobrevivência.

Por isso mesmo, a dificuldade de apontar se, em pleno século XXI, a sociedade brasileira ainda enfrenta à prática calcada nas velhas práticas dos séculos passados: a continuidade do mesmo grupo no Executivo e Legislativo.

Se velha ou nova, a prática oligarca é palatável às duas lideranças emergentes de João Pessoa e Campina Grande. 

E quem pode criticar? Ninguém. Todos eles já foram aliados e comem no mesmo prato.

Pelo menos numa coisa nós avançamos, o machismo dos anos 1930, por exemplo, impediria que às primeiras-damas, Micheline e Maísa, calçassem às chuteiras e entrassem em campo.

Como diria Santino: dos males, o menor.

Por Ytalo Kubitschek