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Jovem que matou aluna diz que atirou várias vezes para vítima não sentir dor

A delegada Rafaela Azzi revelou detalhes do depoimento formal de Misael Pereira Olair, de 19 anos, preso por matar a estudante Raphaella Noviski, de 16, na segunda-feira (6), em uma escola pública de Alexânia, no Entorno do Distrito Federal. Segundo ela, o rapaz tentou justificar, de maneira curiosa, o motivo de ter efetuado 11 disparos na vítima, que morreu no local.

"Ele afirmou que atirou várias vezes nela porque queria que ela morresse logo e não sentisse dor", disse Rafaela.


Contraditoriamente, em um vídeo feito pela polícia antes da oitiva, Misael afirma que não está arrependido do crime, que comprou o revólver calibre 32 exclusivamente para praticar o assassinato e que matou a adolescente porque a odiava (veja acima).

Para a delegada, o ódio a que ele se refere é proveniente da rejeição de Raphaella para com um relacionamento entre eles, desejado pelo jovem.

"Ele gostava dela, que não dava abertura. Toda vez que ele se aproximava com alguma tentativa seguida de uma negativa, vinha a decepção e isso foi se transformando em ódio", destaca.

Família

Misael afirmou que mora com a mãe e a irmã, em Alexânia. Segundo a delegada, o jovem afirmou que, após o crime, iria fugir rumo a uma propriedade rural onde o pai, com quem quase não tem contato, vive. A família dele ainda deve ser chamada para prestar depoimento.

A fuga foi auxiliada pelo comerciante Davi José de Souza, de 49 anos, que deu carona ao rapaz até a porta do colégio, ficou do lado de fora esperando e depois o ajudou na tentativa de fuga. O homem também foi detido.

Advogado de Davi, Joel Pires de Lima explica que o cliente é amigo da família de Misael e não imaginava que estava levando o jovem para cometer o crime.
No entanto, a delegada acredita que ele tem sim participação. "Após os disparos, ele deu acolhida para o Misael e saiu em alta velocidade, só parando quando abordado pela PM. Ele assumiu o risco de participar", explica.


Da Redação com G1