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Lentes oculares causam mais contaminação que cirurgia

Recente pesquisa divulgada no JCRS (Journal of Cataract & Refractive Surgery) mostra que o uso prolongado de lente de contato gelatinosa causa 17 vezes mais contaminação microbiana da córnea, lente externa do olho, do que a cirurgia refrativa após cinco anos do procedimento.

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier de Campinas, no mundo todo o risco de contaminação na cirurgia refrativa é de apenas 0,24%.
Significa que no estudo conduzido por Jordan Masters da universidade de Michigan a ceratite microbiana por lente de contato gelatinosas atingiu 4% dos participantes.

Um levantamento feito por Queiros Neto com 210 pacientes mostra que no Brasil este índice chega a 20%. Por isso, o médico ressalta que entre brasileiros a lente de contato causa 20 vezes mais ceratite microbiana do que a cirurgia refrativa, invés de 17 vezes.

Fatores de risco

É claro que este risco pode ser eliminado. O oftalmologista afirma quen o Brasil a maior causa de contaminação por lente é o uso abusivo. Neste grupo estão os que usam lentes vencidas e os que dormem usando lente, hábito que aumenta em até 20 vezes o risco de inflamação e úlcera na córnea. Os processos alérgicos que geralmente estão relacionados à solução higienizadora respondem por 35% das complicações. Por isso, a recomendação é consultar um oftalmologista para substituir o produto de limpeza quando o usuário sentir coceira nos olhos.

Outros 20%, comenta, não fazem a manutenção e armazenamento da lente de forma correta.

Dicas de manutenção

Para manter a saúde da córnea usando lente de contato as dicas do médico são:

● Lavar as mãos antes de manusear as lentes ●Usar solução higienizadora para limpar e enxaguar as lentes e o estojo ● Evitar soro fisiológico e água na limpeza ● Retirar as lentes antes de remover a maquiagem e quando usar spray no cabelo ● Colocar as lentes sempre antes da maquiagem ● Guardar o estojo em ambiente seco e limpo ● Guardar o estojo em ambiente seco e limpo ● Respeitar o prazo de validade ● Nunca dormir com lentes, mesmo as liberadas para uso noturno. ● Interromper o uso a qualquer desconforto ocular e procurar o oftalmologista ● Retirar as lentes durante viagens aéreas por mais de três horas ●Não entre no mar ou piscina usando lente sem óculos de natação.

Tipos de cirurgia

O oftalmologista afirma que a cirurgia refrativa corrige miopia, hipermetro e o astigmatismo remodelando a córnea o lazer através de diferentes técnicas. No Lazik com um microcerátomo é levantado um flap da camada externa da córnea para ser aplicado o laser que corrige o grau. NO PRK o laser é aplicado após a raspagem de células da camada externa da córnea, o epitélio. Na cirurgia personalizada um equipamento de frente de onda corrige pequenas imperfeições da córnea para depois ser aplicado o lazer que corrigir o vício de refração. No Intralase o corte do flap é feito com um laser de femtosegundo que torna a cirurgia mais precisa. Na correção do grau é aplicado o Excimer laser igual no Lazik. Segundo Queiroz Neto z escolha da técnica é feita pelo cirurgião conforme a espessura da córnea e estilo de vida, incluindo atividade profissional.

Os altos graus, comenta, podem ser eliminados com o implante de uma lente sem retirada do cristalino que corrige até 20 graus de miopia, 10 de hipermetropia e 6 de astigmatismo. Esta técnica, observa, também pode ser indicada para quem tem olho seco, córnea fina ou ceratocone.

O cirurgião ressalta que todos os procedimentos são ambulatoriais e feitos com anestesia tópica. A recuperação é rápida e na maioria dos casos as atividades podem ser retomadas no dia seguinte.

Indicações e contraindicações

O médico destaca que a correção da refração a laser só é indicada para quem tem entre 21 anos e 45 anos. No caso do implante de lente para correção de altos vícios refrativos a espessura da córnea e o olho seco não representam contraindicações, mas nas demais técnicas impedem a cirurgia. O médico destaca que outras contraindicações são: gravidez que torna o grau instável, córnea mais fina que 400 micras, instabilidade de grau, ceratocone, glaucoma, catarata e doenças que dificultem a cicatrização como plaquetopenia, lúpus, diabetes ou AIDS.



Assessoria