Plantão

Lama da Samarco chega ao oceano

A mancha de rejeitos da mineradora Samarco que tomou conta do Rio Doce chegou neste sábado, 21, ao oceano, 16 dias depois do rompimento da barragens da empresa em Mariana (MG). 

A onda de lama percorreu mais de 650 quilômetros nesse período, deixando um rastro de mortes e destruição pelo caminho.

A linha de frente da mancha, composta de um material mais leve e fino, tocou as ondas do litoral de Regência, um distrito do município de Linhares (ES), no fim da tarde. Atrás dela vem uma enxurrada de lama mais pesada, que deixa a água do rio com o aspecto de um leite achocolatado.

O rio deságua no mar em Linhares, cidade que fica no norte do Espírito Santo. Foi montada uma barreira para tentar conter os rejeitos de minério, que correm o rio após o rompimento de barragens em Mariana (MG).

Os governos de Minas e do Espírito Santo se articulam para entrar com ação conjunta na Justiça contra a mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billinton, por causa dos danos causados pelo rompimento das barragens.

O desastre ambiental em Mariana, considerado o maior já ocorrido no Brasil, deixou, até agora, oito mortos. Quatro corpos ainda não foram identificados e 11 pessoas, entre moradores e empregados da Samarco, estão desaparecidas.

A lama que vazou com a queda das barragens, depois de destruir Bento Rodrigues (MG), atingiu o Rio Doce via afluentes, chegando ao Espírito Santo.

A dispersão da lama pode ser de 3 km em direção ao norte e de 6 km em direção ao sul quando elas atingirem o mar pela foz do Rio Doce, informou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

É a maior catástrofe ambiental do País, isso é inegável, afirmou a ministra.

A previsão do Ministério do Meio Ambiente, com base em projeções feitas por pesquisadores da Coppe-UFRJ, é que os sedimentos se dispersarão por uma área de 9 quilômetros, principalmente ao sul da foz do Rio Doce. É uma região de reprodução de tartarugas marinhas, inclusive de uma espécie criticamente ameaçada de extinção, a tartaruga-de-couro. Vários ninhos foram movidos de lá pelo Projeto Tamar.

Nos últimos três dias a onda de lama passou por Colatina e Linhares, causando mortandade de peixes e comprometendo o abastecimento de água.






Estadão
Por Herton Escobar