O papa Francisco, ao lado do arcebispo de Santiago, Ricardo Ezzetti, que enfrenta críticas pela atuação no escândalo de pedofilia |
Um vídeo de um minuto e 20 segundos de duração colocou o papa Francisco no centro de uma polêmica envolvendo um escândalo de abusos sexuais no Chile.
Gravado no início de maio, mas vazado apenas no último fim de semana, o vídeo mostra o pontífice criticando o que chama de "críticas de esquerdistas" à escolha do bispo da diocese de Osorno, cidade do sul chileno com população de 145 mil pessoas.
O bispo em questão, Juan Barros, foi colaborador próximo de Fernando Karadima Fariña, proeminente sacerdote obrigado pelo Vaticano em 2011 a se aposentar por conta de uma série de denúncias de abusos.
Vítimas destes abusos acusaram Barros de tê-lo acobertado, mas este nega ter tido conhecimento dos crimes cometidos por Fariña.
A nomeação de Barros para Osorno foi criticada até mesmo dentro das fileiras católicas no Chile, com colegas de sacerdócio pedindo sua renúncia. Desde sua ordenação, em março, a cidade chilena é palco de intensos protestos semanais.
Francisco, no entanto, defende Barros no vídeo, em resposta a uma pergunta feita pelo secretário-geral da Conferência Episcopal Chilena, Jaime Coiro, durante uma audiência no Vaticano. "Sou o primeiro a julgar e castigar alguém que receba acusações deste tipo. Mas neste caso não há prova alguma", diz o papa na gravação, com o dedo em riste.