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Estela vê preconceito de Cunha e o acusa de “faltar com a verdade” e de intolerância. LEIA!

Como já esperado, a tumultuada visita do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), à Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), foi o principal assunto comentado pelos deputados estaduais na sessão ordinária desta terça-feira (14). Estela Bezerra (PSB), acusada pelo parlamentar carioca de incitar os protestos na Casa de Epitácio Pessoa, esclareceu alguns fatos ocorridos na sessão itinerante da Câmara Federal, realizada na última sexta-feira (10).
Durante pronunciamento na tribuna da ALPB, a deputada disse que a classe política perdeu a oportunidade de demonstrar que sabe dialogar. “Perdemos a oportunidade de mostrar que a classe política sabe respeitar o contraditório”, afirmou a deputada, lembrando na Casa havia representantes qualificados para debater sobre a reforma política e que tinham o direito de intervir. A deputada se referiu aos movimentos sociais – classe trabalhadora, sem terra e LGBTs - que ocuparam as galerias das ALPB.

Estela Bezerra lembrou que foi até as galerias para tentar chegar a um consenso com os manifestantes, e que foi proposto à mesa que três representantes dos movimentos pudessem expor suas pautas em plenário, mas essa sugestão não foi aceita pelo deputado federal Eduardo Cunha, presidente da sessão. “Ficou claro, ao sair da Paraíba, que o deputado partidarizou o debate, e continuou a fazê-lo nos dias subsequentes, diminuindo nossa importância na contribuição do debate político”, disse.
Ação judicial
O deputado Eduardo Cunha acusou Estela Bezerra e alguns deputados do PT de orquestrarem as manifestações, além de sugerir que a deputada tenha impedido a entrada da Tropa de Choque da Polícia Militar nas dependências da ALPB, com a conivência do governador Ricardo Coutinho (PSB). “Eu tive condições de falar em diversos órgãos da imprensa local pra restituir a verdade e reafirmo: vou entrar com uma ação contra o deputado Eduardo Cunha por conta da sua intransigência, intolerância e falta da verdade”, falou Estela.

Preconceito
“Além dessas denúncias, o que mais me indignou na sexta feira foi o preconceito que estava nas entrelinhas. Me associar ao movimento LGBT foi uma tentativa de me diminuir, e eu quero dizer não somente ao deputado Eduardo Cunha, quero dizer à sociedade paraibana e aos meus pares: aquilo que me qualifica não me diminui”. disse Estela.

A deputada lembrou que sua história política foi construída dentro dos movimentos sociais, e que por isso mesmo foi reconhecida e respeitada pelas pessoas que ocupavam as galerias na sessão da última sexta-feira. “Aquele que consegue sentir a dor e a compaixão pelo outro é capaz de trabalhar pelo avanço e transformação social, talvez o maior desafio que tenhamos aqui na Casa é fazer a leitura correta do momento, que não é se fechar, é mudar de atitude. Nossa crise não é só de legitimidade, nossa crise é ética”, finalizou a deputada.
WSCOM