O diretor-geral do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), César Camacho, informou que, desde a criação do evento, em 1897, 14 pesquisadores brasileiros já foram convidados a proferir palestras, mas nos eventos anteriores, os brasileiros nunca haviam passado de dois.
“Em termos comparativos com as melhores instituições do mundo, poucas têm esse número de palestrantes”, comentou ele, ao ressaltar que dos 14 palestrantes brasileiros que já participaram do evento, 13 eram do Impa e um da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Os quatro pesquisadores brasileiros do Impa que vão participar como palestrantes nesta edição são: Fernando Codá (geometria diferencial), Carlos Gustavo Moreira (sistemas dinâmicos), Mikhail Belolipetsky (topologia) e Vladas Sidoravicius (probabilidade).
Camacho ressaltou ainda que neste ano um brasileiro pode ganhar a Medalha Fields, o Prêmio Nobel da matemática, a ser entregue no evento, que vai até o dia 21. “A matemática brasileira já tem maturidade razoável para que uma coisa dessa natureza possa acontecer”, opinou ele, na torcida por Avila. Nesta edição, uma mulher também deve receber uma das medalhas, pela primeira vez. A iraniana Maryam Mirzakhani, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, está entre as mais cotadas para o prêmio.
A Medalha Fields foi concedida pela primeira vez em 1936 e, a cada edição, é entregue a, no máximo, quatro matemáticos com idade inferior a 40 anos, que tenham realizado feitos notáveis. Ao todo, 52 matemáticos já receberam o prêmio.
Na lista criada pela União Matemática Internacional, de cinco grupos em ordem crescente de importância, o Brasil se encontra no Grupo 4. Os países mais desenvolvidos na área da matemática, como Estados Unidos, França, China, Alemanha e Japão encontram-se no Grupo 5.
Agência Brasil