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Fim da Copa: hora de cuidar do bolso. LEIA!

Foi-se a Copa. Ficaram as recordações, os jogos emocionantes e as derrotas das promessas de governo. Como esperado, deixamos boas lembranças aos visitantes. Também, como esperado, a conta ficou cara para nós, brasileiros, e agora temos de pagar. Cara do ponto de vista dos maus investimentos públicos feitos, que deverão pressionar a fúria arrecadadora de impostos nos próximos anos. Cara também para as famílias, que celebraram e gastaram por impulso, fora da rotina.

O brasileiro médio iniciará o segundo semestre já de olho no 13º salário, pois deverá passar os próximos meses no vermelho. É um erro clássico, pois, sabemos, o 13º  não serve para pagar os erros do ano que passou, mas para arcar com gastos importantes do ano que se iniciará – principalmente IPVA, IPTU e matrículas escolares. Se estamos acostumados a lidar mal com essa bonificação, dificilmente será neste ano que a estratégia mudará.

Daqui para a frente, o cenário é de menos otimismo, menos dinheiro em caixa, menos negócios na economia e maior risco sobre os empregos. Não faço prognósticos, pois vários indicadores já mostram estes efeitos na economia: queda nos investimentos, na produção industrial, no consumo, nas vendas e no crescimento do PIB, que pressionam um aumento da inflação.

Quem está no vermelho deverá reorganizar sua rotina para enquadrar o orçamento. Não é o caso de apenas economizar, pois não se trata de uma recessão repentina. Temos um cenário ruim para o consumo, somado ao risco de desemprego, em meio a uma recente farra de consumo. Numa analogia com os fenômenos meteorológicos, as finanças dos brasileiros vivem a formação da tempestade perfeita.

Felizes aqueles que se planejaram e consumiram apenas parte das reservas durante a celebração dos jogos, pois o cenário sugere que agora é hora de nos prepararmos para a escassez. Quem depende muito de um emprego que poderá não mais existir deve ter engatilhado um plano de ação para buscar rápida recolocação no mercado ou desfazer-se de bens que impediram a formação dos necessários fundos extras.

Como já alertei antes, o melhor investimento de 2014 é comprar à vista. Quem tem dinheiro na mão deve aproveitar para barganhar – todos estão em busca de recursos para fechar a conta do ano.
Mantenha seus recursos com liquidez, prontos para bons negócios. Evite especulações e tenha consciência de que o debate eleitoral trará turbulência aos mercados e ganhos para os que surfam na volatilidade. Encerrada a festa, começa a ressaca. Melhor mesmo é deixar seu dinheiro descansar um pouco. 


COM GUSTAVO CERBASI / EPOCA