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Dunga: "Não precisamos fazer dessa Copa do Mundo terra arrasada". LEIA!

O técnico Dunga está de volta à Seleção Brasileira. Nesta terça-feira (22), o capitão do tetra em 1994 foi apresentado na sede da CBF, no Rio de Janeiro, como o novo treinador do time brasileiro, voltando ao cargo que ocupou entre 2006 e 2010. Ele sucede Luiz Felipe Scolari, cujo contrato não foi renovado após a Copa do Mundo deste ano, na qual o Brasil perdeu para a Alemanha na semifinal por 7 a 1. O anúncio foi feito pelo presidente da CBF, José Maria Marin, e pelo coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi.
Em entrevista a jornalistas, Dunga não fez críticas a seus antecessores – Mano Menezes e Felipão – e disse que não terá que apagar todo o trabalho da comissão técnica anterior.
"A CBF está neste planejamento há dois anos, e vamos dar sequência. Não precisamos fazer dessa Copa do Mundo terra arrasada, há coisas que podem ficar. A gente viu na Copa que é importante o talento, mas o planejamento também. Como é importante o marketing, mas o resultado dentro de campo também", afirmou.
Dunga reconheceu que terá que mudar no trato com a imprensa, marcado negativamente em sua primeira passagem no comando da Seleção, mas disse que seus princípios de trabalho são os mesmos: "Vocês me conhecem e sabem que dificilmente uma pessoa muda em seus princípios, de ética e trabalho. Tenho que melhorar muito no contato com os jornalistas. Por ser oriundo do futebol, foquei muito no trabalho em campo. Os resultados que eu obtive, não é preciso falar muito. Agora é normal que tenha que aprimorar meu relacionamento com a imprensa, é a reflexão que eu tive nesses anos".
O treinador confirmou que o principal objetivo de seu retorno é preparar a Seleção para as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, mas que os Jogos Olímpicos de 2016 também estão em vista. "Temos no caminho a Copa América, com seleções que cresceram muito, nessa mescla de jogadores novos e outros de maior experiência. Nossa maior ideia é preparar uma equipe para as Olimpíadas e nos prepararmos para as Eliminatórias, que serão difíceis, e teremos que estar prontos", disse.
Sobre renovação de jogadores, afirmou: "Temos que ter resultados e também montar um time para 2018. O importante é colocar no momento certo jogadores novos com certa experiência. O caminho é ter resultado para dar tranquilidade no trabalho e ir colocando os jogadores. Você não coloca um jogador só porque ele é novo, você coloca pelo seu rendimento e competência".
Ciente de que sua escolha teve alto índice de rejeição popular, o novo treinador afirmou que também tem uma parcela de apoio e que quer aumentá-la. "Há pessoas que apoiam. É como eleição, nem sempre ganha aquele que é favorito nas pesquisas. Tenho que buscar força nos 20% que tenho a meu favor e buscar os demais."
"É um trabalho da conscientização. Não podemos passar para o torcedor que somos os melhores, que temos os melhores jogadores. Quando o adversário olha no seu olho e vê que você não quer ganhar, ele ganha de você. A camisa do Brasil vai ser sempre respeitada. Nós temos que estar preparados e sermos melhores a cada dia. O adversário quer ganhar do Brasil, isso é notícia no mundo todo. Não podemos vender para o torcedor que vamos vencer a Copa do Mundo antes da Copa do Mundo", disse.
Com experiência como jogador no Stuttgart de 1993 a 1995, o técnico também comentou o sucesso da Alemanha na última Copa. "Parece que o mundo descobriu a Alemanha agora. Eles sempre foram assim, sempre foram organizados. A Alemanha sempre deu importância para o esporte em geral, na formação dos atletas, do ser humano, na educação. Agora está se achando que a Alemanha fez isso nos últimos três anos. O que aconteceu foi que a Alemanha achou uma geração ótima e deu tempo para fazer um planejamento".
O presidente da CBF, José Maria Marin, cumprimenta o novo técnico da Seleção Brasileira (Foto: AP Photo/Felipe Dana)
Retorno
Sob o comando de Dunga, a Seleção conquistou a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações de 2009, além de ter sido primeira colocada nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. No Mundial da África do Sul, porém, o Brasil caiu nas quartas de final, com derrota para a Holanda por 2 a 1, de virada. O saldo em 60 partidas foi de 42 vitórias, 12 empates e seis derrotas. E são nesses números que o treinador aposta para defender sua volta ao cargo.
Além de confirmar o retorno de Dunga, a CBF também anunciou que Alexandre Gallo, "espião" de Felipão no último Mundial, será o treinador da equipe sub-23 do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. O restante da comissão técnica não foi revelado.