Ficar velho é o temor de muitas pessoas. Todos querem viver por muito tempo, mas não querem envelhecer e arcar com suas consequências.
O avanço da medicina e o desenvolvimento de novas tecnologias propiciaram o alongamento da vida, hoje é possível o controle de inúmeras doenças com medicações e procedimentos médicos. Porém muitas destas conquistas apenas prolongam a vida sem acrescentar qualidade ao período adicional.
A carga genética é responsável por parte do envelhecimento bem sucedido, cerca de um quarto deve-se aos fatores hereditários. Os outros determinantes são relacionados aos hábitos e cuidados preventivos realizados ao longo de vida que minimizam os efeitos deletérios do envelhecimento.
O Japão possui uma das populações mais envelhecidas do planeta. Na província de Okinawa concentra-se o maior número de centenários do mundo, sendo que a grande maioria vive de forma autônoma e independente. Este grupo apresenta comportamentos que se repetem em outros grupos de grandes longevos existentes em outros continentes, como a boa alimentação e prática de atividade física.
Este estilo de vida é adotado ao longo da vida e mesmo nas idades mais avançadas não é abandonado. Os principais pontos em comum são bons hábitos alimentares, atividade física regular, a espiritualidade (independente da religião), e vida social ativa, com atividades familiares e sociais frequentes e rotineiras.
Para um envelhecimento ativo bem sucedido, a realização de check-ups anuais é fundamental, mas não basta. Não existem pílulas milagrosas ou polivitamínicos mágicos. Em alguns casos, o uso indiscriminado de vitaminas e medicações pode até levar a efeitos indesejados.
Quem quiser usufruir de uma velhice com qualidade de vida deve investir em sua poupança da saúde, que deve começar ainda na juventude. Quanto mais "créditos" forem acumulados, maiores serão as chances de viver no futuro com autonomia e independência. Portanto, a doção de hábitos saudáveis desde cedo.
Artigo escrito com a colaboração do geriatra Carlos André Uehara (CRM/SP 97211), médico do Instituto Longevità e geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
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