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PM divulga nomes de policiais presos por arrastar mulher no Rio. LEIA E VEJA VÍDEO!



A Polícia Militar do Rio divulgou na tarde desta segunda-feira (17) os nomes dos três policiais militares envolvidos no socorro a auxiliar de serviços Cláudia da Silva Ferreira, que morreu após ser atingida por uma bala perdida no Morro da Congonha, em Madureira, no Subúrbio do Rio.  São eles: subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Arcanjo e o sargento Alex Sandro da Silva Alves. Os policiais já  foram afastados. Por volta das 16h desta segunda, eles prestavam depoimento na 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar da Corregedoria interna da corporação.
Cláudia foi baleada no domingo (16) durante uma operação policial. Testemunhas contaram que ela foi colocada no porta-malas do carro da polícia para ser levada ao hospital. No entanto, durante o trajeto, o porta-malas abriu e a auxiliar de serviços caiu, sendo arrastada pela rua por cerca de 250 metros. O jornal Extra publicou nesta segunda-feira (17) o vídeo feito por um cinegrafista amador que mostra a mulher sendo arrastada por cerca de 250 metros. Cláudia teria ficado pendurada no para-choque do veículo apenas por um pedaço de roupa.
Em entrevista à Globonews, o relações-públicas da PM, tenente-coronel Cláudio Costa, disse que o fato não é tolerado pela corporação. "Lamentamos muito a forma como a senhora Cláudia foi socorrida, é uma forma que nós não toleramos. A corporação não compactua com isso. Por essa razão, eles estão sendo autuados e serão conduzidos à unidade prisional".
Segundo ele, o transporte da vítima poderia ter sido feito de outra forma na viatura. "O ideal era que ela fosse no banco de trás amparada por um policial. O que não aconteceu", acrescentou.
Cláudia Silva Ferreira foi atingida por bala perdida no Morro da Congonha, em Madureira, no Rio (Foto: Mariucha Machado/G1)
Cláudia Silva Ferreira foi atingida por bala perdida
no Morro da Congonha, em Madureira, no Rio
(Foto: Mariucha Machado/G1)
Desabafo do marido
O marido de Cláudia, Alexandre Fernandes da Silva, disse ao G1, durante o velório da mulher, que só soube que a mulher havia sido arrastada no caminho para o hospital quando chegou na UTI.Ele afirmou que a mulher foi tratada como "bicho".

"Trataram ela como um bicho. Nem o pior traficante do mundo deveria ser tratado assim. Quando cheguei no hospital, eles falaram que ela tinha ido para a UTI, mas ela já estava morta. Ela leva um tiro no peito e é arrastada no chão. Como vai sobreviver? Temos quatro filhos, uma de 18 anos, um de 16 e um casal de gêmeos que fará 10 anos no próximo domingo. Meu filho não quer ver a mãe no caixão, mas ele tem que ver. Eu estou preparando eles. É a mãe deles, eu não posso esconder isso", afirmou Alexandre.
Silva acredita que a mulher não teria morrido se não tivesse sido arrastada. "Se não tivessem arrastado ela, ela poderia estar viva", afirmou o viúvo, acrescentando que os policiais militares não preservaram a cena do crime.
Cláudia tinha 38 anos, era mãe de quatro filhos e criava quatro sobrinhos. O corpo da auxiliar de serviços gerais foi enterrado por volta das 13h, no Cemitério de Irajá, no Subúrbio.
Resposta da PM

Em nota, a PM disse que Cláudia da Silva Ferreira foi colocada no porta-malas do carro e no caminho do hospital a porta se abriu. Foi nesse momento que parte do corpo da moradora acabou sendo arrastado pela rua, provocando mais ferimentos. O comando da PM afirmou que este tipo de conduta não condiz com um dos principais valores da corporação que é a preservação da vida e da dignidade humana.
A Polícia Militar informou ainda que os policiais encontraram Cláudia já baleada no alto do morro. Ela ainda foi levada para o Hospital Estadual Carlos Chagas, mas não resistiu.
Segundo a PM, na operação em Madureira, um traficante foi morto e outro foi ferido e preso. Os policiais apreenderam quatro pistolas, rádios e drogas na comunidade. A Polícia Civil vai investigar de onde partiram os tiros.
Do G1 Rio