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Doença do filho de Eike, coqueluche é transmitida principalmente pela mãe.

 O filho de Eike Batista, Baldur, de apenas dois meses de vida, foi internado na última segunda-feira (29) com coqueluche. A doença atinge o sistema respiratório e é causada pela bactéria bordetella pertussis. Os principais sintomas nos recém-nascidos são tosse agressiva — que pode fazer a criança perder o ar — e vômitos.
Segundo o Ministério da Saúde, crianças com menos de um ano são as principais vítimas da doença no Brasil. Em 2012, foram registrados quase 3.000 casos e 74 mortes.
De acordo com o pediatra Renato Kfouri, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), os principais transmissores são os adultos mais próximos do bebê, como pais, irmãos, avós e principalmente as mães.
— As pessoas mais próximas podem, sem saber, passar a bactéria para o bebê, pois no organismo adulto ela causa leves reações, que podem passar despercebidas. Mães, pais, avós e outras pessoas que tenham contato repetitivo com o recém-nascido devem se vacinar.
Por ser muito próxima aos sintomas de um resfriado, a coqueluche ainda é pouco diagnosticada. Além disso, a manifestação da doença em jovens e adultos é bem diferente do que em bebês.
— Quando há uma tosse prolongada por mais de três semanas, pode ser coqueluche, porém ela é confundida com um resfriado mal curado, o que acarreta no não diagnóstico.
Sinais de atenção
Além de vômitos e dificuldades para respirar, a coqueluche pode causar febre, avisa o pediatra.
— Embora rara, a febre pode ocorrer. No entanto, o que deve chamar a atenção da mãe é o tipo de tosse do bebê.
Para o pediatra, a fragilidade do bebê é um dos fatores que provoca a coqueluche, já que a vacina só protege da doença depois da terceira aplicação, que ocorre no sexto mês de vida.
— A imunidade do bebê é muito baixa nos primeiros meses e suas vias áreas ainda estão estreitas, o que torna a doença muito mais grave do que em jovens e adultos, podendo o levar à morte.
Vacina
A vacina DTP (Vacina Tríplice Bacteriana Acelular) contra difteria, tétano e coqueluche é dada aos bebês no segundo, quarto e sexto mês. Essas são as doses essenciais. Depois é preciso fazer dois outros reforços, sendo o primeiro aos 15 meses e o segundo entre quatro e seis anos.
Após os dez anos, é aconselhável outro reforço com a DTPA (Vacina Tríplice Bacteriana Acelular do Tipo Adulto) que imuniza contra difteria, tétano e coqueluche. Neste caso, ela não é fornecida pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Para Kfouri, o número de casos aumenta por conta da falta do reforço da vacina.
— Muitas crianças foram imunizadas na década de 70 e 80 com as vacinações em massa, o que diminui o número de casos, porém elas não tomaram o reforço depois dos dez anos e isso faz com que os números cresçam.
O Ministério da Saúde estuda a inclusão da vacina para gestantes nas unidades de saúde pública no segundo semestre deste ano, o que, na opinião do pediatra é aconselhável.
— Ela protege a mãe e também passa anticorpos para o feto, por isso é aconselhável que a grávida tome a DTPA no final da gravidez, período que ela mais transmite imunidade para o bebê.
R7.