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Papa chega ao Rio de Janeiro nesta tarde para aproximar cristãos e Igreja.

O papa Francisco chega ao Rio de Janeiro nesta segunda-feira, às 16 horas, no Aeroporto Internacional Tom Jobim-Galeão. Líder da Igreja Católica, o pontífice participa nesta semana da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) , realizada na capital fluminense até domingo (28). Ao chegar para o primeiro compromisso no exterior, Francisco será recepcionado pela presidente Dilma Rousseff e comitiva. Dilma irá presentear Francisco com a escultura Frade Lendo, de autoria do artista paranaense João Turin, nos anos 1940.

A visita do líder é esperada com ansiedade pela comunidade católica e pela imprensa internacional já que representa a oficialização da nova postura da Igreja, que desde março passou a ser liderada por um papa jesuíta . "Como representante de Pedro, o bispo de Roma, Francisco vem ao Brasil para derrubar o vidro blindado que havia entre cristãos e Igreja", diz o padre Helmo César Faccioli, de 64 anos, administrador da paróquia Imaculado Coração de Maria, em São Paulo.

Após ser recepcionado no aeroporto, Francisco fará um passeio pelo centro do Rio, em jipe aberto, antes de seguir para o Palácio Guanabara, em Laranjeiras (zona sul), sede do governo do Estado, onde será recebido por Dilma e outras autoridades. O trajeto em carro aberto deve durar no máximo meia hora, entre 17h e 17h30. Confira a programação completa da vista do papa aqui .

Jornada Mundial da Juventude

Na terça, pela manhã, começa a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Com o lema “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”, com base no texto do livro de Mateus, o evento deve receber dois milhões de católicos em Copacabana, zona sul do Rio, e Guaratiba, zona oeste.

Para o historiador Roberto Coelho Barreiro Filho, de 55 anos, a JMJ foi uma “grata coincidência” e irá marcar o papado de Francisco, o chamado papa do povo. Segundo ele, a Igreja Católica deve oficializar sua nova postura no Rio de Janeiro durante o evento. “Como já dispensou o papamóvel blindado, não me surpreenderia se ele descesse do papamóvel e fosse ‘para a galera’ durante a entrada oficial. Ele é o povo.”

Com tom missionário, a Jornada ocorre a cada dois ou três anos e tem o objetivo de reafirmar o compromisso de jovens com a Igreja, garantindo uma nova geração católica. “A juventude constitui uma grande parte da esperança da igreja e do mundo. São os responsáveis por transmitirem a fé para outa geração e dar continuidade ao compromisso da Igreja”, reforçou o padre Faccioli que enviou 30 jovens de sua igreja para o evento.

Preparativos de segurança

A primeira visita oficial de Francisco também será a primeira vez que um papa circulará fora de Roma no jipe aberto em mais de 30 anos. Os 16 trajetos do papamóvel aberto durante a Jornada terão durações diferentes. Para evitar contratempos na visita do papa ao Rio, 14 mil agentes que farão a segurança do pontífice , incluindo polícias e as Forças Armadas. Os agentes destacados irão realizar patrulhamento por terra, mar e ar, força-tarefa centralizada no Centro de Controle Tático Integrado (CCTI), que reunirá representantes de todas as forças de segurança no Comando Militar do Leste, no Centro.

O decreto de Garantia da Lei e da Ordem, da Presidência da República, permitirá a atuação de militares com poder de polícia na região onde ocorre a JMJ. Para os demais eventos na cidade, no entanto, as Forças Armadas só poderão agir de forma preventiva. Nos outros compromissos do papa, os militares só vão acompanhá-lo se a presidente Dilma Rousseff estiver presente.

Os militares dizem que irão atuar na defesa de área (controle do espaço aéreo, contra terrorismo, guerra cibernética, entre outros). Os responsáveis pela segurança cibernética irão monitorar hackers para evitar que invadam o sistema de segurança da JMJ.

A preocupação maior da segurança é com os dias 27 e 28 — as duas datas mais importantes da Jornada —, quando 2,5 milhões de pessoas estarão em Guaratiba para a vigília e a missa que será celebrada por Francisco, encerrando a JMJ.

Ontem, uma nova programação foi incluída na agenda do papa: o pontífice terá um encontro com os argentinos que estão na cidade para a JMJ. Será na quinta-feira (25), no Terreirão do Samba, na Praça Onze, centro da cidade. O local, que comporta 15 mil pessoas, fica ao lado do Sambódromo e recebe shows populares.

Somente para Guaratiba, no último dia da jornada, serão mobilizados 7 mil militares. Os quatrocentos que ficarão nas proximidades do altar usarão trajes civis, a pedido do Vaticano. Dentro do Campus Fidei, eles não portarão nenhum tipo de arma. Nos pontos de acesso ao local, entretanto, as armas serão permitidas.

Missa em Aparecida

Na quarta-feira (24), o papa Francisco irá para a cidade de Aparecida, no interior de São Paulo, sede da Basílica Nacional e destino dos devotos de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. São esperadas 200 mil pessoas na cidade. Nas ruas escolhidas para o trajeto, lombadas e obstáculos foram retirados para facilitar a passagem do papa móvel.

Ao chegar ao Santuário Nacional, Francisco irá primeiro para a Capela Reservada onde pediu para passar um momento a sós com a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Em seguida, ele se prepara para celebrar a missa tão esperada pelos fiéis. De lembrança da visita, o papa receberá uma réplica em madeira da imagem original de Nossa Senhora Aparecida, com pedestal de prata. O manto que será usado pela imagem foi feita em veludo e bordadas com pequenos cristais, feitos pelas Irmãs Carmelitas de Aparecida, na última semana.

IG