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Gasolina pode beirar R$ 3 na Paraíba.

O mercado de combustíveis da Paraíba pode enfrentar uma alta de, no mínimo, R$ 0,10 (sem incidência dos tributos) no preço de alguns de seus produtos como diesel e a gasolina, caso os três terminais instalados no Porto de Cabedelo (tancagem) parem de funcionar e as atividades de distribuição sejam transferidas para o Porto de Suape, em Pernambuco, segundo previsão do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo na Paraíba (Sindipetro-PB).
Com a incidência de tributos, pode ficar beirando R$ 3 em boa parte dos postos.
A falta de combustível nas cidades paraibanas também pode se acentuar por causa da maior distância que o produto precisaria percorrer. O aumento seria inevitável por conta do frete e taxas no Porto de Suape (pedágio), que teriam que ser pagos na trajetória via terrestre de Pernambuco à Paraíba.
A transferência de atividade portuária envolvendo combustível, mesmo ainda sem confirmação por parte da Petrobras, causa preocupação não só na classe empresarial mas, principalmente, nos consumidores que terão que pagar mais caro para abastecer seus veículos.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo na Paraíba (Sindipetro-PB), Omar Hamad Filho, esse aumento de R$ 0,10 vai ser calculado sobre alguns impostos e o preço final para o consumidor pode ser ainda maior.
“Esta semana ficamos dois dias com um dos terminais da Petrobras do Porto de Cabedelo parados porque quebrou uma espécie de torneira usada para descarregar os caminhões e por isso houve atraso na entrega do produto para alguns postos. Imagine isso vindo de Suape? Não queremos falar em alta, porque isso não nos interessa. Ao contrário, nossa luta agora é que esta mudança da distribuição para Pernambuco não ocorra”, frisou Omar Hamad.
A transferência das atividades portuárias da Paraíba para Pernambuco foi debatida ontem na Assembleia Legislativa da Paraíba, que cogitou levar a pauta ao Congresso Nacional com o objetivo de barrar esta mudança. Na imprensa local, o presidente da Companhia Docas da Paraíba, Wilbur Jácome, disse que a situação é preocupante e que cerca de 80% do combustível da Paraíba sai do Porto de Cabedelo.
O presidente do Sindipetro-PB afirmou ainda que há informações da própria Petrobras de que, até o final do ano, o Porto de Cabedelo perderá a cabotagem para Suape, em Pernambuco, tendo como argumentos a racionalização dos custos e a centralização dos serviços.

INCERTEZAS

Nas ruas de João Pessoa, as incertezas sobre o mercado de combustível no Estado traz preocupação à população. “Se o combustível vier de fora já se espera alta e isso representa aumento para todo mundo”, disse o taxista Joaquim Franco.
O gerente de um posto de bandeira Shell na capital Leonardo da Silva disse que, caso as especulações se concretizem, todos vão sofrer.
“Deveremos enfrentar mais atraso no abastecimento dos postos e ter um combustível mais caro”, frisou.

PETROBRAS NEGA

Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras voltou a negar a existência de um plano de desativação da tancagem da Petrobras no Porto de Cabedelo, mas em nota a estatal não descartou "que o suprimento da Paraíba está sendo avaliado com as distribuidoras que operam no local, de modo a garantir o abastecimento do Estado, inclusive observando opções de suprimento rodoviário e/ou marítimo a partir de outras origens".

Com JP /