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Dilma recebe o Papa e vê protestos como "luta legítima".

A presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou na noite desta segunda-feira (22), em discurso ao lado do papa Francisco, no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, que os protestos realizados nos últimos meses no Brasil, protagonizados pela juventude, são uma "luta legítima por uma nova sociedade".
Em seguida, Dilma afirmou que "todos os avanços que conquistamos foram só o começo" e que "nossa estratégia de desenvolvimento vai exigir mais". "A juventude brasileira foi protagonista e clama por mais direitos sociais. Os jovens querem viver plenamente. Estão cansados da violência que muitas vezes o tornam vítimas", disse. "Os jovens estão na luta legítima por uma nova sociedade. Esse é um momento muito especial para a realização dessa Jornada Mundial da Juventude. Potencializa o que jovens tem de mais valoroso e contagiante."
O discurso de Dilma foi feito durante cerimônia de boas-vindas do papa. A presidente o recebeu lembrando a origem latino-americana do papa, que é argentino. "É uma honra ao povo brasileiro recebê-lo, honra redobrada em se tratando do primeiro papa latino americano".
"A presença de sua santidade no Brasil nos oferece a oportunidade de valorizar o dialogo com a Santa Sé em prol de justiça social, solidariedade, direitos humanos e paz entre as nações. Sabemos que temos diante de nós um líder religioso sensível aos anseios de nossos povos de justiça social, oportunidade para todos e dignidade cidadã. Lutamos contra um inimigo comum: a desigualdade, em todas as suas formas, essa é a convergência do Estado brasileiro com todas as religiões."
'Em seu discurso de 16 de maio, vossa santidade manifestou indignação ao falar sobre a crise e o papel nocivo das ideologias que visam o enfraquecimento do Estado. Manifestou preocupação com a globalização da indiferença, compartilhamos e nos juntamos a essa posição", disse.
"Estratégias de superação da crise econômica centradas só na austeridade, sem a devida atenção ao custo social acarretado, golpeiam os mais pobres e o mais jovens. Geram xenofobia e desrespeito pelos outros", declarou a presidente. A mandatária pediu ainda que a Igreja participe do combate à fome e à miséria na África.
UOL