Plantão

ONG relaciona aumento de mortes de tartarugas à poluição, na Paraíba.


A poluição das águas marinhas e a pesca estão elevando o número de tartarugas mortas na orla paraibana.

Pelo menos 70 tartarugas marinhas foram encontradas mortas no litoral paraibano nos primeiros meses deste ano, e nos últimos anos, a média anual era de 100 tartarugas encontradas mortas.

A informação é de Rita Mascarenhas, fundadora da ONG Guajiru, que tem a tarefa de proteger as tartarugas marinhas que visitam e desovam na orla da Paraíba.

“Esse número é muito acima do normal. Foram muito mais tartarugas mortais que nos outros anos de trabalho, já que nossa média anual é de 100 tartarugas mortas”, explicou a bióloga. Segundo Rita, a maioria dos animais que aparecem mortos têm marca de rede de pesca no corpo ou plástico dentro do estômago, o que pode ser a causa da morte deles.

Para Rita, uma das soluções é estabelecer uma área específica para pesca, onde não exista muitas tartarugas, e monitorar esse ambiente. “Não existe uma solução definitiva, qualquer tartaruga pode nadar e dar de cara com uma rede”, comentou. No entato, ela explicou que uma norma da Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 1997, determina que as redes de pesca de camarão têm que ter um dispositivo chamado excluidor de tartaruga, mas que os pescadores não o usam.

As áreas que mais oferecem perigo para as tartarugas marinhas são, conforme informou Rita, os locais entre recifes de corais. “Onde existe recife de coral e banco de algas, as tartarugas estão se alimentando. Então ela pode estar comendo no Cabo Branco e resolver ir comer em Cabedelo. No caminho, ela se encontra com uma rede”, disse.

A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) informou que o projeto Nossa Praia trabalha conscientizando a população para não sujar a praia. O lixo jogado na areia e no mar, principalmente os materiais de plástico, é uma das principais causas das mortes das tartarugas marinhas.

Apesar dos trabalhos de conscientização, Rita Mascarenhas explicou que as tartarugas que aparecem mortas no litoral paraibano podem não ter morrido no estado, mas em outros como Alagoas e Pernambuco. “A ação tem que ser muito mais ampla que a atividade local. Infelizmente, esse é um problema mundial”, declarou.

A Sudema também explicou que faz monitoramento da qualidade da água de todo o litoral paraibano semanalmente e que nenhuma das praias tem o nível de contaminação suficiente para causar morte desses animais.

G1