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Veneziano acena para Cássio só para provocar Ricardo Coutinho

O discurso pelo “desarmamento de espíritos” visando o desenvolvimento do Estado nunca caiu de moda, aqui na Paraíba. Só o discurso. Na prática, pouco ou quase nada se viu de resultado até hoje. A “proposta” tem prazo de validade restrito ao período que antecede a campanha. Depois disso, a realidade é outra. Quando está em jogo uma eleição, é cada político, cada partido ou cada grupo para o seu lado.


Mesmo ciente desse quadro, o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital (PMDB), resolveu investir na estratégia e acenar para o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), seu principal adversário. Fez isso, coincidentemente, numa hora em que o partido do governador Ricardo Coutinho, principal aliado de Cássio, enfrenta uma crise sem precedentes.
E o que tem isso a ver com as ações do “Cabeludo”? Ora, Veneziano sabe que, estendendo a mão a Cássio, mesmo que de forma falsa, provoca Ricardo. Mais do que isso, o prefeito campinense aposta num “tropeço” do tucano para colocá-lo em situação incômoda junto ao governador. 


Isso se chama intriga. É o que deseja causar o peemedebista.
O “Cabeludo” sabe que se não conseguir afastar Ricardo e Cássio agora, em 2014 será bem mais difícil. E enfrentar os dois juntos, então… Bem, essa cena ele já viu antes.
Se os afagos de Veneziano tivessem o mínimo de sinceridade, o prefeito teria se mobilizado para uma aproximação agora, já visando as eleições municipais de outubro. 


Poderia, por exemplo, ter levantado a hipótese de indicar o vice de Romero Rodrigues ou Cássio indicar um nome para companheiro de chapa da candidata do PMDB, Tatiana Medeiros. Ou uma aliança com Cássio só serviria em 2014?
O problema é que Veneziano sabe, assim como Cássio e toda a Paraíba, que, na política, sem sempre dois e dois são quatro. 


O eleitor campinense dificilmente aceitaria essa junção. Por isso, ele fica só nos acenos, cutucando os adversários e, ao mesmo tempo, dando uma de democrata e bonzinho.


Blog do Vanderlan Farias